PTP critica Empresa de Electricidade por transporte de eleitores
Raquel Coelho diz que empresa é a "Santa Casa da Misericórdia do PSD"
A deputada eleita do Partido Trabalhista Português(PTP) para a Assembleia Legislativa da Madeira criticou esta manhã a disponibilização de viaturas por parte da Empresa de Electricidade da Madeira para as eleições regionais do passado domingo.
"Esta empresa tem sido a Santa Casa da Misericórdia para o PSD-Madeira, tem sido o braço armado do dr. Alberto João Jardim [presidente do Governo Regional], já financiou as bolsas da Juventude Social Democrata, já financiou os ordenados em atraso da função pública e, como se isso já não bastasse, disponibilizou no dia das eleições veículos para transportar eleitores", afirmou Raquel Coelho.
Numa iniciativa junto às instalações da empresa, no Funchal, a futura parlamentar do PTP sublinhou que se tratavam de eleitores "fragilizados, pessoas idosas, doentes, que foram coagidas a votar no PSD através do voto acompanhado pelos dirigentes do PSD". "Assim torna-se fácil ganhar um jogo viciado", comentou Raquel Coelho, considerando que "esta eleição do PSD-M é uma chapelada e que nesta terra é fácil de ganhar eleições". A porta-voz partidária elogiou ainda o trabalho do delegado da Comissão Nacionalde Eleições (CNE) na Madeira, Paulo Barreto, que anunciou a renúncia aocargo no domingo, "pela sua luta no combate às atrocidades e ilegalidadescometidas neste ato eleitoral".
Na terça-feira, o presidente da CNE informou que vai investigar as denúnciasde alegado transporte ilegal de eleitores nas eleições legislativas da Madeirae, caso haja indícios criminais, remetê-los para o Ministério Público. "Decidimos investigar o que se passou, nomeadamente ouvir a Empresade Eletricidade, vamos começar por exercer contraditório. Na sequência doprocesso, se entendermos que há indício de ilícitos criminais, mandamospara o Ministério Público", disse à Lusa Fernando Costa Soares.
O presidente da CNE esclareceu que tomou medidas relativamente a um possível transporte ilegal de eleitores envolvendo a Empresa de Eletricidade da Madeira "até antes das eleições", motivada por denúncias que recebeu antes do acto eleitoral. Nesse sentido, a empresa foi contactada pela CNE para que o transporte dos eleitores "decorresse dentro da lei". "No próprio dia, surgiram várias denúncias referindo que o transporte seria ilegal, porque só se transportariam eleitores de um partido. Comunicámos ao Comando da PSP da Madeira para que interviesse se fosse preciso. Não chegaram a intervir. Ou o transporte foi legal ou a PSP não detectou a ilegalidade",declarou Fernando Costa Soares.